A história de vida do atacante Angolano do Coritiba, Geraldo

Foto: divulgação
Quando se fala em personagens do AtleTiba muitos nomes nos vêm à cabeça. Do lado do Coritiba, sem dúvida nenhuma que uma das principais figuras do clássico é o do angolano Geraldo, que já foi decisivo diversas vezes, como nas finais dos estaduais de 2010 e 2013, por exemplo. O atacante é um dos xodós da torcida e conhecido como ''Talismã Alviverde''.


Hermenegildo da Costa Paulo Bartolomeu. Um nome pouco comum aqui no Brasil, talvez, mas para a torcida Coxa Branca é especial, é decisivo, é um talismã. Todo AtleTiba é aquela expectativa ''Será que o Geraldo vai fazer gol nesse AtleTiba?'', coisa comum de se escutar no pré-jogo entre a torcida Alviverde. Não poderia ser diferente, já que Geraldo já marcou em duas finais do estadual contra o rival Rubro-negro. Em 2010, o então técnico do Coritiba, Ney Franco, colocou o atacante no segundo tempo da final do Paranaense. Ele não decepcionou e em uma jogada individual, passou por Manoel e tocou na saída do goleiro Neto, marcando o segundo do Coxa na partida e selando o título paranaense. Em 2013 não foi diferente. O técnico Marquinhos Santos colocou-o na primeira partida da final, quando o Coritiba ainda perdia por 2 a 1. Hermenegildo entrou e, como sempre, não decepcionou. Ele recebeu a bola na esquerda, livre, e meteu no canto da meta do goleiro Santos. Na segunda partida da final, ele marcou o terceiro gol na vitória por 3 a 1 sobre o rival, resultado que deu o Tetra-campeonato estadual para o clube.

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Apesar da carreira vitoriosa que o jogador vive no Coritiba, Geraldo não teve uma infância fácil e precisou superar muitos obstáculos impostos pela vida para chegar até aqui. Em 2011 foi exibida uma matéria no programa ''Esporte Fantástico'', da Record, sobre a história de vida do jogador.

Clique aqui para conferir a matéria na íntegra.

Geraldo nasceu em Luanda, na Angola, no dia 23 de Novembro de 1991. Aos 10 anos de idade teve paralisia infantil, passou fome, viveu uma guerra civil, perdeu seu pai quando ainda era criança, além de ter sofrido preconceito e muitas dificuldades quando chegou ao Brasil. 

Segundo o jogador, a paralisia foi curada com massagens feitas pela sua tia e avó. Um tempo depois, ele passou por um teste em uma escolinha de futebol na periferia de Luanda. Ainda mancando por conta da paralisia, ele foi aprovado. Logo de cara foi notado algo diferente nele, uma habilidade fora do comum entre os meninos angolanos. Há cerca de 7 anos chegou ao Brasil por intermédio de um empresário que o descobriu na África e trouxe o angolano para jogar futebol aqui.

Hoje, como todos conhecem, o Hermenegildo é o Geraldo, o Talismã do Coritiba. Um verdadeiro guerreiro, que não deixou que dificuldades sérias, como a paralisia infantil, destruíssem seu sonho. Foi em busca do que queria e o resultado dessa história todos os Coxa-brancas já conhecem.

São jogadores como o Hermenegildo que inspiram cada AtleTiba. Não só nos gramados, mas nas arquibancadas. Jogadores assim, que jogam com raça, vontade, determinação, superando barreiras, inspiram e nos dão mais vontade de ir atrás dos sonhos, de torcer mais nos estádios. Apesar de ainda haver gente que usa o futebol para praticar a violência, esse é o verdadeiro espírito de um clássico AtleTiba, com muita vibração, alegria, insanidade. 

Que tenhamos mais um clássico marcado por essa vibração e um belo futebol em campo. Um AtleTiba da PAZ!


KAROLINE MOKFIANSKI


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